Usar um estereótipo, reforçá-lo  e depois destruí-lo. É com essas etapas que se cria um filme high school de qualidade.

Por Equipe Sameca

Rótulos são o que os personagens do filme O Clube Dos Cinco recebem de início. São exatamente pelos estereótipos que os jovens são apresentados: o criminoso, o atleta, a maluca, a princesa e o cérebro. Todos enquadrados de maneira bastante genérica e pejorativa.

Os arquétipos criados visualmente obedecem ao seu estereótipo até mesmo na organização da sala, onde os mais populares se sentam juntos e a menos popular se isola na última carteira disponível no ambiente. Temos, no enredo, o antagonismo do professor que tenta silenciá-los enquanto faz a mesma classificação discriminatória citada; ele é um personagem importante para ilustrar a falta de escuta entre adultos e jovens.

Dentro desse cenário clichê de filmes teen com temática high school, iniciam-se os diálogos. Seguindo ainda a banalidade esperada, a conversa inicial é por intermédio do “criminoso” que também pode ser compreendido como “desordeiro”, e que segue sua tipicidade ofendendo os outros personagens.

Entretanto, com o avançar dos diálogos, os jovens acabam saindo de seu arquétipo genérico e mergulham em conversas profundas, sobre família e a falta de comunicação existente nela, sobre grupos e suas pressões, sobre bullying do ponto de vista de um agressor, sobre ideação suicida, sobre pressão social e violência familiar. Tudo isso feito de maneira bastante sarcástica.

O desfecho do filme, assim como a apresentação dos personagens, é também bastante clichê. Durante as conversas acabam ocorrendo aproximações de personagens antagônicos, criando, com isso, dois casais que, em tese, seriam impossíveis e de quebra deixa o “nerd” sem par, apenas “namorando” sua redação, que narra o final da história.

E vocês: já assistiram a esse filme?

______________________________________________________

Referências:

FEITOZA, Frederico Antonio. SELETIVIDADE TEENAGER: A SENSIBILIDADE EUGÊNICA EM IMAGENS DO HIGH SCHOOL. Cadernos de comunicação, v. 16, n. 2, 2012.

About the Author: Social - Sameca